segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

FERNANDA

MARINA TAVARES em LISBOA DESAPARECIDA:

«Particularmente agreste a tratar as mulheres, a má-língua popular celebrizou algumas por muito pouca coisa: a Libânia das Sinas, porque vendia as ditas numa caixinha de pau, ou a Madame Rebolona, porque tinha o costume de passar o dia a ler nos jardins. Poucas conheciam o proveito da fama que lhes era imposta. A sua única diferença era, muitas vezes, uma liberdade menos vigiada, na época em que - como dizia o «Pinheiro Maluco» (figura popular em 1920) - as mulheres se queriam em casa a coser meias. Mas houve quem tivesse vivido à altura do seu mito. Essa assombrosa mulher usava o pseudónimo de Preta Fernanda.»
Nascida em Cabo Verde, na ilha de S. Tiago, em Maio de 1859, Fernanda do Vale recebeu baptismo bem diferente do seu posterior "pseudónimo literário" [.../...].

A sua história completa está contada no volume III 
da LISBOA DESAPARECIDA
de MARINA TAVARES DIAS


Preta Fernanda, toureira 
(aguarela da Alberto de Souza, 1912) 


domingo, 21 de dezembro de 2014

PALHAVÃ

[...] Festa da Sociedade Hípica, no dia 12 de Março de 1911, no Velódromo de Palhavã. A prova foi ganha pelo tenente António Callado. O Velódromo, ponto de encontro da Lisboa elegante, fôra inaugurado em 1905, nos terrenos que tinham pertencido ao Jardim Zoológico. O local corresponde, hoje, aos primeiros edifícios do lado noroeste da Avenida de Berna

LISBOA DESAPARECIDA
de
MARINA TAVARES DIAS
volume III (Palhavã)





sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Do Aqueduto à Ribeira de Alcântara

A velha Calçada do Baltazar, onde Lisboa terminava. Lá estão a guarita e o soldado , marcando o limite da cidade (fotografia de Paulo Guedes, c. 1902). Actualmente, [...] prédios taparam a vista do aqueduto e, mais abaixo, já não corre o caneiro. A rua termina num muro, mas a ribeira ouve-se ainda correr, sob o pavimento.

LISBOA DESAPARECIDA
de
MARINA TAVARES DIAS, 
volume III



sábado, 6 de dezembro de 2014

S. Roque

Eis-nos, pois, em pleno Largo Trindade Coelho, face à velha igreja de S. Roque. "Toque, toque,toque. / Vamos a S. Roque / Ver os peraltas / Que usam capote". Sigamos o refrão anónimo e antigo. A pracinha sempre teve o nome da igreja, até que, em 1913, alguém resolveu baptizá-la de novo. Ninguém assumiu o topónimo. Todos a conhecem por Largo da Palmatória, alusão óbvia ao monumento que ostenta. Esta coluna, rematada por placa redonda, foi oferecida pela comunidade italiana na ocasião das bodas do rei D. Luís e de D. Maria Pia, em 1862.


LISBOA DESAPARECIDA
de
MARINA TAVARES DIAS
volume IV






terça-feira, 2 de dezembro de 2014

LISBOA DAS SETE COLINAS

«Lisboa, Augusta emula de Roma», com sete colinas veras ou ligeiramente pinceladas pela imaginação de historiadores e poetas. Assim será sempre, apesar das muralhas terem desaparecido, de novos eixos terem apontado em direcção ao norte, a ocidente e a oriente. Em vão se crismam novos horizontes, mas a cidade antiga prevalece e ninguém assimila qualquer outra suburbana «alta de Lisboa». O rigor orográfico nem sempre terá sido assegurado, mas no que diz respeito a Lisboa ser a cidade das sete colinas, estamos conversados. Sê-lo-á sempre. É desta majestosa desmaterialização que se fazem as lendas. O resto é apenas terra batida, onde as gerações vão construindo e o tempo vai destruindo. Sucessivamente.

Marina Tavares Dias
in 
Lisboa Desaparecida
volume IX
Capítulo 
Lisboa das Sete Colinas